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Metaverso além do hype: o que especialistas dizem sobre o futuro dessa tecnologia?

Registro do evento "Are We Metaverse Ready?" da Photon Legal

O Metaverso é considerado o futuro da internet. Mas, por que ele tem essa fama e quais as perspectivas dos profissionais da área de tecnologia sobre seu desenvolvimento?

Esse assunto foi debatido no evento da Photon Legal: “Are We Metaverse Ready?” (em tradução: Estamos prontos para o Metaverso?), que ocorreu entre 26 e 29 de abril de 2022. O bate-papo do dia 29 contou com a presença do CTO da Doc9, Leonardo Toco, e com outros convidados internacionais especializados na área: Snehaal Dhruv, Kevin J. Hart e, como mediador, Prayank Khandelwal.

A centralização de experiências e conteúdos imersivos é um dos diferenciais do Metaverso. Sua estrutura promete ser fonte de novos negócios, novas formas de interação e até de uma nova economia. A promessa é que nele, o usuário poderá usar a realidade virtual e outras ferramentas para ter acesso a qualquer conteúdo de forma simples e em uma única plataforma, apesar de que hoje em dia várias empresas estejam construindo os seus próprios mundos virtuais ou metaversos que ainda não são interoperáveis.

No entanto, é importante ter em mente o fato de que, apesar de o Metaverso ser considerado uma tecnologia em ascensão, ele ainda está em suas fases iniciais. Por isso, ainda tem muitos pontos a serem explorados e aprimorados.

Mas afinal, o que podemos esperar para o futuro do Metaverso? Será que a nova tecnologia é mais um “hype” difícil de ser implementado para todos os usuários ou irá conquistar o público e se tornará um pilar no mundo digital? Neste texto, você confere essas e outras ideias debatidas entre os convidados do evento. Boa leitura! 

Qual a promessa do Metaverso?

O Metaverso é um campo multidisciplinar. Por meio dele, a tecnologia pode ser desenvolvida para atender às necessidades de diferentes áreas. Seu objetivo é proporcionar experiências imersivas que não seriam possíveis no mundo físico ou por meio das tecnologias já existentes.

Ao ser questionado no evento sobre “como você imagina o Metaverso no futuro?”, Kevin Hart destaca que ele não precisa ser algo ultrasofisticado, que exija muitas palavras para ser descrito e compreendido. 

Hart fala que o papel do metaverso é gerar conexões e experiências. Para isso, traz o exemplo de sua empresa, Aireal, que é especializada em ferramentas de visualização e realidade aumentada que permitem que seus clientes se conectem com os projetos arquitetônicos que eles desenvolvem antes mesmo do início das construções.

Ele também fala que, para entender o desenvolvimento das funcionalidades do Metaverso no longo prazo, devemos nos atentar a três fatores:

  1. Desejo: o que está sendo desenvolvido são coisas que as pessoas realmente querem e buscam?;
  2. Capacidade de execução: como é possível tornar realidade?;
  3. Viabilidade de longo prazo: como essas coisas vão agregar valor para as pessoas ao longo do tempo.

Isso porque, além da questão de como usar o Metaverso para trazer valor às pessoas, temos a questão de como essa nova tecnologia será adotada para viabilizar o nosso futuro. Ou seja, como as novas tecnologias serão usadas para resolver problemas existentes.

“Se há outra forma de fazer, não faça no Metaverso”

Para desmistificar Metaverso e entendê-lo como uma tecnologia aplicável, é importante ter em mente que ele precisa ter um objetivo, uma função a cumprir. Ao ser questionado: “Como você ajuda as pessoas a pensarem maior e melhor (no contexto do metaverso)?”, 

Hart frisou que o primeiro passo é encontrar o porquê, e destacou: “Se há outra forma de fazer, não faça no Metaverso.”.

Precisamos entender que, assim como toda nova tecnologia, o Metaverso vem para preencher lacunas, e não para ser apenas mais um termo tecnológico a ser repetido até ter seu sentido esvaziado. Saber que seu principal apelo não é o senso de futurismo é essencial para determiná-la como uma ferramenta em desenvolvimento, e não um “hype”.

Ao longo do bate-papo, Leonardo Toco mencionou a apresentação gráfica do Hype Cycle feita pela Gartner. Ela é desenvolvida para representar a maturidade, adoção e aplicação social de tecnologias específicas.

Por meio dela, realmente é possível entender o ciclo que uma nova tecnologia percorre até que ela se estabeleça:

  1. A nova tecnologia surge no mercado, cercada de expectativas;
  2. Seus idealizadores encontram nela coisas que não funcionam como o esperado;
  3. Elas sofrem uma queda;
  4. Enfim, elas se estabilizam.

Provavelmente, isso também acontecerá com o Metaverso. Estamos apenas começando a ver todas as possibilidades que ele nos traz.

Grupo de pessoas em um escritório sentadas olhando para o colega de trabalho usando óculos de realidade aumentada, característico da experiência do metaverso

O Metaverso como experiência de conexão

Existem diversos caminhos para fazer coisas no mundo físico, e não no Metaverso. Mas, ele tem a habilidade de oferecer novas sensações, às quais as pessoas não têm acesso por  outros meios. 

Hart afirma: “a melhor rede social do Metaverso é nenhuma”. Isso porque a verdadeira rede social é aquela que promove a conexão entre as pessoas e possibilita que elas desenvolvam relacionamentos.

Por exemplo, no começo das redes sociais, só era possível ver o avatar dos colegas. Experiências como essas não oferecem valor ou relacionamentos autênticos. Na verdade, elas acabam nos separando um dos outros.

Por outro lado, é possível usar a tecnologia do Metaverso para gerar valor e unir as pessoas. Por isso, nós precisamos começar a trilhar esse caminho a partir do questionamento: como e para quê nós queremos usar o Metaverso? 

É claro que teremos algumas falhas nesse processo, mas isso faz parte da inovação. Por isso, precisamos nos perguntar:

  • Quão rápidos seremos em encontrar essas falhas e voltar a oferecer valor para as pessoas?
  • Como iremos incentivar as pessoas a realmente se conectarem, ao invés de ficar criando personas, como elas fazem nas redes sociais atualmente?
  • Como poderemos expor quem realmente somos uns aos outros para podermos compartilhar nossas experiências e conectar uns aos outros, como nunca fizemos antes?

Como o Metaverso vai evoluir?

É possível construir, literalmente, qualquer coisa no Metaverso. Porém há um desafio em sua implementação: garantir a adesão de um público vasto, composto por diferentes faixas etárias. Nós temos que pensar em como vamos ajudar essa tecnologia a cruzar essa linha.

Apesar dos obstáculos, a evolução do metaverso promete grandes mudanças para o comércio e os negócios do futuro. Então, é sobre como nós visualizamos todas essas possibilidades e como estamos nos preparando para explorar áreas nas quais não conseguimos estar sempre fisicamente.

Essa tecnologia impactará diversas esferas: desde a indústria e o mercado de construção, até a educação e a forma como criamos experiências em sala de aula. Quando pensamos na expansão dessa tecnologia, sempre devemos nos perguntar: 

  • Como o metaverso trará às pessoas a habilidade de ter experiências que elas nunca tiveram antes? 
  • Como daremos às pessoas a possibilidade de serem educadas por meio de experiências que elas não teriam acesso fisicamente? 

Um exemplo trazido por um dos convidados foi o cenário em que, por meio do metaverso, crianças no ensino básico poderiam visualizar dinossauros em suas próprias salas de aula, como se estivessem em um zoológico. Isso revolucionaria completamente a forma como o conhecimento é passado para as novas gerações, tornando a informação algo imersivo.

O impacto do metaverso está na possibilidade de experienciar, visualizar e vivenciar algo que normalmente está apenas na imaginação. Exemplos como estes nos ajudam a ter noção do tamanho do impacto dessa tecnologia.

A tecnologia jurídica e o Metaverso

Resgatando os pontos levantados ao longo do evento sobre a necessidade de demanda e de um objetivo para aplicação de novas tecnologias, Toco trouxe um exemplo vivenciado junto aos clientes da Doc9, empresa que criou o Whom. Antes da pandemia, a Doc9, que é uma empresa de logística jurídica, tinha uma atuação 100% física, com ações presenciais.

Com a pandemia, esse trabalho foi transformado em algo virtual: os advogados participavam de audiências online. Mas, agora que a pandemia está amenizando, os advogados e seus sócios não querem voltar ao trabalho físico.

Temos aí uma demanda: a vontade de continuar prestando serviços de maneira online, gerando mais flexibilidade, produtividade e praticidade. Essa é uma demanda que parte dos próprios usuários e fornecedores.

Isso porque, no trabalho analógico, eles gastam muito mais tempo e dinheiro para abrir os casos e se deslocar até os tribunais. Nessa dinâmica, eles conseguem participar de cerca de duas audiências por dia.

Mas ao fazer seu trabalho online, é possível participar de cinco ou dez por dia. Então, as pessoas querem permanecer no virtual porque é melhor para elas e para os seus trabalhos. Isso indica que a dinâmica está mudando.

Mas, nesse contexto, há uma lacuna a ser preenchida: as estruturas atuais não dão conta de suprir da melhor forma as necessidades presentes no mercado. Percebemos que as plataformas Google Meeting e Zoom têm estrutura para fazer reuniões básicas, mas não têm estrutura para fazer uma audiência, com juízes, advogados e diferentes pessoas. 

Quando olhamos para o Metaverso, podemos ver essas falhas solucionadas. Isso porque a plataforma é muito mais robusta, com dinâmicas que podem ser aplicadas e adaptadas para cada caso. Nela, é possível construir um tribunal, com sala de espera, espaços separados e uma plataforma robusta que os usuários vão querer usar. Essa é a sua força. 

Portanto, o metaverso não será um local apenas para diversão, mas terá funcionalidades úteis e as pessoas vão querer utilizá-lo. Assim, será possível resolver os problemas que ocorrem atualmente que outras plataformas não conseguem resolver.

Com base nisso, podemos identificar uma jornada:

  • As pessoas irão do físico para o virtual;
  • Depois elas vão querer permanecer no virtual, mas encontrarão diversas barreiras;
  • No futuro, elas usarão o metaverso para superá-las.

A experiência do usuário determinará o futuro do metaverso

Ao ser questionado sobre como sua empresa poderia oferecer experiências por meio do 

Metaverso, Kevin Hart destacou a importância de uma boa experiência do usuário (UX) para a adesão a essa tecnologia. Como seu negócio atua como uma ferramenta no Metaverso, sua preocupação é voltada às empresas para as quais eles oferecem seu serviço.

Portanto, outras empresas que também ofereçam serviços no Metaverso terão que se basear em princípios de UX para gerar impacto positivo por meio dessa tecnologia. O objetivo é que, quando necessária, a transição para o uso da tecnologia tenha o mínimo de atrito possível.

A adesão do público, ou a falta dela, irá definir a longevidade de iniciativas no Metaverso. Por isso, é importante analisar como a experiência do usuário será moldada nesse período de desenvolvimento inicial.

Somente quando os desejos e prioridades do usuário forem compreendidos, será possível oferecer valor e diminuir as barreiras para que as pessoas adotem o Metaverso como parte de suas rotinas. 

Essa tecnologia trará novas formas de resolver problemas já existentes. Assim, é importante educar as pessoas não apenas quanto à tecnologia por si só, mas a respeito da experiência que elas terão no Metaverso. Precisamos ajudá-las a superar a ideia de que a inovação é difícil e mais cara de ser adotada, e a pensar no valor que ela trará. 

Quanto antes começarmos a ajudar as pessoas a se apropriarem dessas tecnologias, mais será possível entregar a elas uma boa experiência e fazer com que elas permaneçam acessando o Metaverso para que possam ter mais experiências positivas.

No Metaverso, temos a possibilidade de criar experiências totalmente imersivas e ainda resolver problemas significativos. 

Silhuetas de pessoas em frente a uma grande tela projetando diversas imagens, fazendo referência à experiência imersiva no metaverso

Qual é o interesse de empresas como o Facebook no Metaverso?

Na tecnologia, nós costumamos dizer que você tem que trabalhar em três horizontes, que são basicamente:

  1. As coisas nas quais você está trabalhando agora;
  2. As coisas nas quais você vai trabalhar daqui a seis meses ou um ano;
  3. As coisas nas quais você vai trabalhar daqui a três ou cinco anos.

Se nós pegarmos uma apresentação do Mark Zuckerberg de cinco anos atrás, será possível ver que ele já estava falando sobre VR e outras tecnologias relacionadas. Dessa forma, entendemos que a criação do Metaverso, e consequente mudança do nome de sua empresa, não foi uma decisão de curto prazo ou impensada.

O Metaverso já estava no horizonte de Zuckerberg, que, inclusive, já trabalhava nisso. A visão e expectativa para essa tecnologia como uma ferramenta de potencial inovador é uma das razões pelas quais o Facebook, que se tornou Meta, está investindo tanto no Metaverso.

Porém, pode existir outra razão para esse interesse, que é o fato de que o Metaverso ainda não é regulado. E esse é um diferencial em um cenário no qual as regulamentações estão ficando mais rígidas para as  empresas de tecnologia.

Então, nesse novo ambiente, no qual não há tantas regras, é possível adquirir e usar dados mais facilmente. Mas, conforme a tecnologia for amadurecendo, muitas regulações serão criadas ao redor dela, o que é natural. 

O futuro da internet

O Metaverso é conhecido como o futuro da internet e é recebido com a expectativa de impactar nos negócios, comércio e diversas outras áreas da economia. Essa tecnologia ajudará a preencher lacunas em um contexto de busca por soluções cada vez mais completas e que integrem o físico e o digital.

Porém, é essencial lembrar que essa tecnologia ainda está em fase de desenvolvimento. Com ela, surgirão ferramentas direcionadas a resolver dores diferentes em cada setor da sociedade.

Mas, para que o Metaverso seja mais do que uma tendência, as empresas que desenvolverem soluções dentro dessa tecnologia precisarão ter como foco a experiência do usuário. Dessa forma, poderão ajudar seus clientes e o público em geral a aderirem a essa nova realidade.

Neste texto, trouxemos a visão de alguns especialistas sobre o Metaverso. Mas, também queremos saber: Qual é sua opinião sobre o assunto? Você acha que o Metaverso conseguirá solucionar nossos problemas atuais e permitir que nos conectemos realmente uns aos outros?

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Até a próxima leitura!

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